
« Quanto ao quarto reino, será forte como o ferro. Pois, assim como o ferro esmaga e tritura tudo o mais, como o ferro que despedaça, ele esmagará e despedaçará a todos esses. (…) E, assim como os dedos dos pés eram parcialmente de ferro e parcialmente de argila, o reino será parcialmente forte e parcialmente frágil. 43 Assim como o senhor viu o ferro misturado com a argila mole, eles estarão misturados com o povo; mas não se aderirão um ao outro, do mesmo modo como o ferro não se mistura com a argila »
(Daniel 2:40-43)
O ferro simboliza a expressão do poder do Império Romano, e sua extensão no nosso tempo. Simboliza uma força de autoridade imposta politicamente, pelo poder dum exército ou duma força policial. O ferro é o símbolo do metal do qual as armas são forjadas; na época romana, eram espadas, escudos, lanças… E em nossa época, são canhões, rifles, pistolas, metralhadoras, bombas e bombardeiros lançando fogo do céu, para usar a expressão do Livro do Apocalipse, referente à fera com dois chifres de cordeiro, representando o poder mundial atual: “Ela exerce toda a autoridade da primeira fera à vista desta. Faz a terra e os seus habitantes adorar a primeira fera, cuja ferida mortal foi curada. E realiza grandes sinais, até mesmo faz descer fogo do céu para a terra à vista da humanidade” (Apocalipse 13:12,13).
Por exemplo, durante a Segunda Guerra Mundial, a Itália, a Alemanha e o Japão (as Potências do Eixo) mergulharam o mundo no caos e no derramamento de sangue, enquanto as outras nações Aliadas retaliaram. No período pós-Segunda Guerra Mundial, longe de trazerem paz ao mundo, essas mesmas Potências Aliadas, por sua vez, causaram destruição generalizada e muito derramamento de sangue nas guerras pós-coloniais e na Guerra Fria em muitos países.
No entanto, essas potências de ferro, tiveram sua força militar de ferro, dificultada pela argila. Como? Tomemos dois exemplos, a França e os Estados Unidos: depois da Segunda Guerra Mundial, esses dois países travaram guerras coloniais, na África (no Magrebe), na Ásia (na Coréia, Vietnã, Laos e no Camboja). No plano militar (ferro), esses países sem dúvida exerceram um poder comparável ao ferro que destruiu tudo em seu caminho, com armas de fogo, metralhadoras, canhões, bombas incendiárias destruindo homens, mulheres e crianças que vivem em aldeias e florestas, no Vietnã e no Laos em particular.
A argila, o gênero humano, a opinião pública, foram rápidos em denunciar as exações dessas grandes potências coloniais, de fato “fragilizaram” sua ação militar (ferro), até o ponto de converter suas vitórias militares, em derrotas políticas e diplomáticas. Mais recentemente, informações confidenciais e sigilosas foram hackeadas, revelando ao público em geral (a argila) abusos cometidos por exércitos (o ferro) contra populações civis no Extremo Oriente, desacreditando assim essas instituições.
Atualmente, as ações dos governos de ferro, são em grande parte dificultadas pela argila humana, as “muitas águas”, na forma de protestas, revoluções, atos terroristas e movimentos de multidões que enfraquecem a autoridade de “ferro militarizado“, amplamente ajudados pelos sindicatos e os meios de comunicação, particularmente a Internet, que atuou e está atuando como um poderoso freio e contrapoder.
A profecia de Daniel menciona os “dedos dos pés” de ferro e argila, o que acentua a fragilidade e estabilidade da “estátua”, por meio da balcanização e reivindicações de autonomia que fragmentam grandes impérios. Esse fenômeno se acentuou após a queda da ex-União Soviética, a partir do início dos anos 90. Novas formas de conflitos por ações terroristas generalizadas globalmente, mas também o surgimento da Internet, fazem com que a argila humana, tornou-se, hoje em dia, quase incontrolável pela maioria dos governos com poder policial e de ferro militarizado.
A argila descontrolada e rebelde, da profecia de Daniel, encontra sua correspondência simbólica com o livro do Apocalipse, com a horizontalidade do mar bravio e das muitas águas: “Um dos sete anjos que tinham as sete tigelas veio e me disse: “Venha, vou lhe mostrar o julgamento da grande prostituta que está sentada sobre muitas águas; (…) Ele me disse: “As águas que você viu, onde a prostituta está sentada, representam povos, multidões, nações e línguas“” (Apocalipse 17:1,15). Enquanto o ferro é representado pela verticalidade governamental do “céu anterior“. No livro de Revelação, está escrito que eles vão desaparecer: “Vi um novo céu e uma nova terra, pois o céu anterior e a terra anterior tinham passado, e o mar já não existia“ (Apocalipse 21:1).
Para ilustrar o efeito desestabilizador do enfraquecimento do ferro pela presença da argila, outro capítulo da profecia de Daniel afirma que, nos últimos dias, grande parte da humanidade deixaria de respeitar a autoridade: « E na parte final desses reinos, quando os transgressores completarem suas ações, um rei de aparência feroz, que entende declarações ambíguas, se levantará » (Daniel 8:23). Este texto descreve os últimos dias, quando os transgressores prosperariam. Fazem parte da argila que enfraquece a autoridade governamental, que é como ferro. Jesus Cristo também, ao descrever profeticamente os últimos dias, mencionou esse enfraquecimento da autoridade por meio do crescimento do desprezo pela lei: « Por causa do aumento do que é contra a lei, o amor da maioria esfriará » (Mateus 24:12).
A conclusão deste sonho prenuncia a destruição da soberania humana (sem Deus), através do estabelecimento, pela força, do Reino de Deus na Terra:
« Enquanto o senhor estava olhando, uma pedra foi cortada de um monte, não por mãos, e atingiu os pés da estátua, que eram de ferro e de argila, e os esmigalhou. Então o ferro, a argila, o cobre, a prata e o ouro foram esmigalhados de uma vez só, e ficaram como a palha que voa da eira no verão; o vento os levou embora, de modo que não se podia achar nenhum vestígio deles. Mas a pedra que atingiu a estátua se tornou um grande monte e cobriu a terra inteira. (…) “Nos dias desses reis, o Deus do céu estabelecerá um reino que jamais será destruído. E esse reino não passará para as mãos de nenhum outro povo. Vai esmigalhar e pôr um fim a todos esses reinos, e somente ele permanecerá para sempre, 45 assim como o senhor viu que uma pedra foi cortada do monte, não por mãos, e que ela esmigalhou o ferro, o cobre, a argila, a prata e o ouro. O Grandioso Deus revelou ao rei o que acontecerá no futuro. O sonho é verdadeiro, e a sua interpretação é digna de confiança”” (Daniel 2:34,35,44,45).
A pedra que destruirá a estátua até que desapareça por completo representa o Reino de Deus. Será o cumprimento do pedido feito na Oração do Senhor: « Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome. 10 Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, como no céu, assim também na terra » (Mateus 6:9,10).
Venha o teu Reino: é um governo celestial cujo rei é Jesus Cristo, acompanhado por 144.000 reis e sacerdotes, a Nova Jerusalém, conforme o livro de Apocalipse (Apocalipse 21:1-4). A montanha da qual a pedra foi destacada é a soberania eterna de Deus YHWH (Yeuah), que mais uma vez será exercida no planeta Terra. É por isso que esta pedra que destruirá a estátua se tornará numa montanha sobre toda a terra, em expressão daquela soberania inabalável de Deus.
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